Image Map

João Guimarães Rosa, o artista das palavras

O mineirinho Joãozito, nasceu com sobrenome de poeta: Rosa, na cidade de Cordisburgo. Formou-se médico e foi diplomata. Era poliglota , dominava o português , o francês , o alemão, o inglês, o espanhol, o italiano e alguma coisa de russo. Um estudioso de idiomas por curiosidade; e diplomata por concurso. Adorava gatos, cigarro e gravata borboleta. Mas ele gostava mesmo era de escrever e entrou para a história como um dos maiores escritores brasileiros. 

                            " Notícia, se a boa corre, a ruim avoa"

Na Europa em plena guerra , como cônsul, teve sua casa bombardeada, só não morreu porque teve uma vontade irresistível de comprar cigarros. Quando voltou , encontrou só escombros. Protegeu e facilitou a fuga de judeus perseguidos pela Nazismo, nessa tarefa , contou com a ajuda da sua segunda mulher Aracy. Em reconhecimento por essa atitude , o diplomata e sua esposa foram homenageados em Israel , o nome do casal foi dado a um bosque de Jerusalém.

"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."


De volta para o Brasil e inspirado pela terra, costumes, pessoas e acontecimentos do dia a dia , Guimarães Rosa inicia as suas anotações sobre a vida do sertanejo e sobre o sagrado e o profano. Ele era capaz de descrever cada espécie, cada utensílio, cada tipo de gente, cada animal, cada tudo. É o artista da palavra e grande porta-voz da brasilidade. Fez do sertão das Gerais a sua fonte de inspiração, e das vozes dos conterrâneos a sua própria voz literária. Entre elas, a história do ilustre vaqueiro Manuelzão. 

               "O mundo é mágico. As pessoas não morrem, ficam encantadas."

Suas anotações sobre o povo sertanejo deram vida a sua obra-prima, “Grande Sertão: Veredas”. No mesmo ano publicou o conto “Corpo de Baile”. As duas publicações renderam o seu reconhecimento literário. Mas outros tantos livros se destacam, como “Sagarana”, “Noites do sertão” e "Ave, Palavra", sempre ambientados nas Gerais, nos tempos do carro-de-boi, dos boiadeiros e do trem do interior.
Joãozito tornou-se um dos maiores mestres da nossa literatura, um grande contador de histórias. ” Ele usava o símbolo do infinito, para terminar seus livros, como um ponto final que sugere a continuidade e o sem-fim. 


O contista, novelista, romancista  João Guimarães Rosa foi eleito por unanimidade para integrar a Academia Brasileira de Letras, muito supersticioso preferiu adiar a cerimônia com medo de morrer de emoção. Pensado, dito e feito , três dias depois que assumiu a cadeira nº2 na Academia, veio a falecer.


Por Pandorah

4 comentários:

  1. Seus posts sempre trazem coisas interessantes que me deixam ainda mais curiosa, Pandorah! Então eu procuro saber um pouco mais sobre "o mencionado". E vou para o, como você diz, "santo Google". Veja outras curiosidades que li sobre Guimarães Rosa;
    > Guimarães Rosa percorreu a zona rural de Minas Gerais,, Goiás, Mato Grosso e Bahia com um pequeno caderno pendurado no pescoço. Nesse bloco, anotava as expressões do povo e os nomes cultos de plantas e animais da região.
    > Quando se aventurou na escrita pela primeira vez, aos 16 anos, em um concurso promovido pela revista O Cruzeiro, teve quatro contos premiados: Caçador de camurças, Chronos Kai Anagke,.O mistério de Highmore Hall e Makiné.
    Esse cara era mesmo dos bons!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oiie Adele!! Muito obrigada por acrescentar mais informações sobre Guimarães Rosa neste nosso cantinho. Tô imaginando ele a cavalo, anotando o que via e suas sensações num caderno pendurado no pescoço rs...

      Excluir
  2. Como vc. já deve ter percebido, Pandorah, também gosto muito de Guimarães Rosa como poeta, embora ele tenha posteriormente negado os seus versos de juventude. Mas, neles a gente descobre a raiz linguística do grande escritor, a base emocional e a capacidade de transmitir emoções, não é?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oie Amora-doce o cara é incrível mesmo , não há como não admirá-lo como escritor e pessoa. Ele tem uma bibliografia mmuiito rica e curiosa... daria, com certeza, outros posts bem legais!!!

      Excluir