Carioca, republicano, nacionalista, boêmio e botafoguense fanático, freqüentou os cursos de medicina e direito, mas formou-se em jornalismo. Ele foi poeta , contista , cronista, professor, inspetor escolar e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em que ocupou a cadeira nº. 15. Fundou os jornais :“O Meio”, “A Rua” e “A Cigarra.
Foi a favor do Serviço Militar obrigatório e letrista do belo Hino à Bandeira, ganhou por isso a alcunha de Poeta Cívico e de “Apóstolo” do serviço militar. Publicou muitas crônicas sobre o assunto , “O pau furado” foi uma delas
Às vezes, era Fantásio, Puck, Flamínio, Belial, Tartarin-Le Songeur, Otávio Vilar e em outras vezes ele mesmo, o incomparável Olavo Bilac! Um apaixonado pelas palavras!
Ele tinha uma memória fantástica, sabia de cor seus versos e de outros poetas. Era um primoroso conferencista, encantava a todos com seus discursos. Muito popular , nos saraus típicos da época, seus poemas eram exaustivamente declamados. Foi por isso eleito “Príncipe dos poetas brasileiros” pela revista “Fon-Fon”.
E por falar em fonfom, nosso grande poeta Olavo Bilac foi o causador do primeiro acidente automobilístico no Brasil! Certo dia, estava dirigindo o Serpollet do amigo e abolicionista José do Patrocínio, com a com incrível velocidade de 3km por hora, perdeu o controle do possante e bateu de cheio numa árvore. Os amigos nada sofreram, mas o carro deu perda total!
No século passado, nossos escritores e poetas amavam a boemia e Olavo Bilac não era diferente! Adorava vinhos finos e mulheres bonitas, cigarros e charutos caros, bares e botequins. Deitava-se tarde e não tinha hora para acordar. E por essa razão foi expulso de casa aos 19 anos.
Era muito corajoso, não fugia de briga, chegou a marcar duelo de espada com Raul de Pompéia, mas duelou mesmo foi com o jornalista Mallet . A luta durou 4 segundos , Bilac o feriu e isso foi o bastante para a luta terminar.
O escritor de “ Via-Láctea” foi noivo duas vezes, mas não chegou a se casar. Consta que uma delas se manteve fiel a ele por toda a vida e que depositou um mecha de seus cabelos no caixão do poeta.
Quanto aos sonetos, esse é outro enredo.Os poemas de Olavo Bilac falam por si. E que tal , enquanto isso , ouvir estrelas?
Por Pandorah
Conheço um pouco da obra de Olavo Bilac, mas muito pouco sobre sua vida. Lendo seu post, Pandorah, concluo: Bilac era um bon vivant.
ResponderExcluirVocê se lembra daquela poesia dele que todos decorávamos na escola? :
PLUTÃO
Negro, com os olhos em brasa,
Bom, fiel e brincalhão,
Era a alegria da casa
O corajoso Plutão.
Fortíssimo, ágil no salto,
Era o terror dos caminhos,
E duas vezes mais alto
Do que seu dono Carlinhos.
Jamais à casa chegara
Nem a sombra de um ladrão;
Pois fazia medo a cara
Do destemido Plutão.
Dormia durante o dia,
Mas, quando a noite chegava,
Junto à porta se estendia,
Montando guarda ficava.
Porém Carlinhos, rolando
Com ele às tontas no chão,
Nunca saía chorando
Mordido pelo Plutão...
Plutão velava-lhe o sono,
Seguia-o quando acordado
O seu pequenino dono
Era todo o seu cuidado.
Um dia caiu doente
Carlinhos... Junto ao colchão
Vivia constantemente
Triste e abatido, o Plutão.
Vieram muitos doutores,
Em vão. Toda a casa aflita,
Era uma casa de dores,
Era uma casa maldita.
Morreu Carlinhos... A um canto,
Gania e ladrava o cão;
E tinha os olhos em pranto,
Como um homem, o Plutão.
Depois, seguiu o menino,
Segui-o calado e sério;
Quis ter o mesmo destino:
Não saiu do cemitério.
Foram um dia à procura
Dele. E, esticado no chão,
Junto de uma sepultura,
Acharam morto o Plutão.
Eh Adele realmente Olavo Bilac viveu intensamente e soube poetizar a vida! E nos deixou um enorme legado! Essa poesia do Plutão eu chorava quando lia é muito triste , emocionante!
ExcluirVou deixar abaixo uma outra poesia " A Boneca".
Deixando a bola e a peteca,
Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.
Dizia a primeira: “É minha!”
— “É minha!” a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava.
Quem mais sofria (coitada!)
Era a boneca. Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.
Tanto puxaram por ela,
Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.
E, ao fim de tanta fadiga,
Voltando à bola e à peteca,
Ambas, por causa da briga,
Ficaram sem a boneca…
Juntando o seu post ao meu, Pandorah, gostaria de dizer que Olavo Bilac aparece no livro que eu estou comentando, "Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século", com dois poemas lindos, na Ia. Parte, ou seja, "Abaixo os Puristas". Por que acontece isto, sendo Olavo Bilac um campeão de nossa Língua? Porque muitos o consideram como um Pré-Modernista, pela escolha dos temas, fluidez da linguagem, capacidade de expressar a alma humana. Os poemas dele são: "In Extremis" e "A Alvorada do Amor". Que bom que você o focalizou!
ResponderExcluirAmora vc é dez eh, lança bonito!! Concordo e assino em tudo que disse e completo que , apesar da virada do século e de outros que vieram depois dele, Olavo Bilac junta a fome com a vontade de comer!! ehheh
ExcluirAgora quero completar que adorei e me diverti em saber sobre a(s) outra(s) face(s) do nosso querido príncipe ! O sujeito oculto que não citei e q me surpreendeu foi o de Brás Patife! Kkkk Tem tbem o Diabo Coxo e pra amenizar o Pierro e Pif Paf. Genntee imagina o que o cara não escreveu , queria botar os “zoio” nisso.
Se alguém achar algo me envie, fiquei curiosa! * _ *