Poesia que vem do Oriente
Desde tempos imemoriais, o Oriente cultiva a Poesia mesclada à Filosofia e à Religião. Difícil separar cada um destes rumos aos quais se entrega a alma oriental. Podemos perceber este caminhar conjunto em uma história zen chinesa do século XII: "O boi e seu pastor", que apresenta o processo de autorrealização do ser humano em dez estações. Impossível reproduzir aqui todas as estações, mas escolhemos a narração do nono quadro, para mostrar como a história do pastor se expressa em pura poesia:
Nono Quadro Décimo quadro
O retorno ao fundamento e à origem
De início é tudo puro e não há mácula alguma. De lá se pode observar o emergir e o declínio do que é substancial e pode-se permanecer na totalidade da calma do não-agir . Ele não se deixa enganar pelas passageiras imagens turvas do mundo e não necessita mais ser exercitado. Ele se recolhe a si mesmo
e observa o transformar de todas as coisas.
No séc. XIX, a Índia nos oferece Rabindranath Tagore, poeta , escritor. De seu livro "Gitanjali" é o poema que se segue com vínculos religiosos e filosóficos:
Oração
Onde a mente é sem receio
e a fronte altiva;
onde o conhecimento é livre;
onde a sociedade não fica dividida
pelos estreitos limites domésticos;
onde as palavras vêm
de um fundo verdadeiro;
onde incansáveis braços
se estendem para a perfeição,
onde a clara corrente da razão
não perde seu curso
nos áridos desertos da rotina;
onde a mente se alça para Ti,
em francos pensamentos e ações:
Aí dentro, neste céu de liberdade,
ó meu pai,
desejo que meu país acorde.
No século XX, místico, seguidor e criador de religião com orientação indiana, Jiddu Krishnamurt escreveu obras que se ligam , não apenas à religião, mas sobretudo à filosofia oriental. Em muitas de suas palestras publicadas, encontramos toques de poesia, ao expressar-se sobre muitos temas, como é o caso do texto que se segue:
"Ao olhardes o por-do-sol,
uma árvore,
um pássaro a voar,
ao verdes um rosto familiar-
olhai, como se fosse pela primeira vez!
Embora passeeis pelo mesmo caminho,
pela mesma estrada,
olhai tudo
como se nunca houvesse acontecido antes.
Isso é importante,
porque daí decorre o descobrimento de algo
inteiramente diferente."
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Postado por Amora.doce ( Caldas, Minas Gerais)
Oi Amora eu tive a oportunidade de participar de uma reunião sobre a filosofia oriental, no barracão do Hans, e me lembro dessas estações do Chan e do Zen. Ahumm..a gente tem q buscar o boi, encontrar os rastros , achar , capturar e domar o boi q vira touro e voltar na garupa do boi /touro ( nunca sei se é touro ou boi) . Depois de tudo isso, esquecer do bicho e do pastor.. ir fundo... ir pro mercado sem nada...mãos vazias e abertas. Não sou tão reflexiva , sou muito distraída, e acho q seja por isso que até hoje o meu boi está livre e solto...
ResponderExcluirBem vou deixar aqui um Haikai ( me lembrei do Luiz Celso)
すべてが
行わ何も、
フィトと嘘をついた。
" Tudo dito,
nada feito,
fito e deito.
Esse haikai é do Paulo Leminski, acho q ele não é oriental mas é fera em fazer esses tipo de poesia q tbem é conhecido como haiku e haiki. Por curiosidade eu já pesquisei e e não encontrei o haike e nem o haiko rsrsr . Fica brava não, tah. Bjão
Muito bem, Pandorah, recordou-se bem da aula de filosofia , só que não é bem do jeitinho que vc. falou,rsrsrs. Gosto mto do Paulo Leminsky, qualquer dia vou fazer um post com poemas dele...Por enqto. fito, fico e deito...
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