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"O louco" Khalil Gibran

Um poema que emociona é aquele que nos provoca vibrações: penetra em nosso coração e comungamos com o artista. Pensamos: “Era isso mesmo que eu queria dizer.” Assim, é o poema que publicamos a seguir. Talvez seja uma parábola. Algo que mostra o caminho pelo qual todo ser humano passa: a busca da verdade interior...a queda das máscaras...

“O louco” Khalil Gibran

Perguntais-me como me tornei louco.
Aconteceu assim:
um dia,muito tempo antes 

de muitos deuses terem nascido,
despertei de um sono profundo e notei
que todas as minhas máscaras
tinham sido roubadas

-as sete máscaras
que eu havia confeccionado
e usado em sete vidas-
e corri sem máscara
pelas ruas cheias de gente, gritando:
“ladrões, ladrões, malditos ladrões!”

Homens e mulheres riram de mim
e alguns correram para casa com medo de mim.
E quando cheguei à praça do mercado,
um garoto trepado no telhado de uma casa
gritou: “É um louco!”

Olhei para cima para vê-lo.
O sol beijou pela primeira vez
minha face nua,
e minha alma inflamou-se
de amor pelo sol
e não desejei mais minhas máscaras.
E, como num transe gritei:


“Benditos, benditos os ladrões
que roubaram minhas máscaras!”
Assim, me tornei louco.

E encontrei tanto liberdade
como segurança
em minha loucura:
a liberdade da solidão
e a segurança de não ser compreendido
pois aquele que nos compreende
escraviza alguma coisa em nós.


Por Amora Doce

2 comentários:

  1. Um homem, livre de suas máscaras, é ele mesmo, um ser único.

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  2. Qto menos máscara mais evoluída a pessoa...ô loko meu! srs

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