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Uma História de Amor


                                                          Carlos Drummond de Andrade
           
           John Blanchard levantou do banco, endireitando a jaqueta de seu uniforme e observou as pessoas fazendo seu caminho através da Grand Central Station.
           Ele procurou pela garota cujo coração ele conhecia, mas o rosto não: a garota com a rosa! Seu interesse por ela havia começado trinta meses antes, numa livraria de Florida. Tirando um livro da prateleira, ele se pegou intrigado, não com as palavras do livro, mas com as notas feitas á lápis nas margens. A escrita suave refletia uma alma profunda e uma mente cheia de brilho. Na frente do livro, ele descobriu o nome do primeiro proprietário: Srta. Hollis Maynell. Com tempo e esforço ele localizou seu endereço.
         Ela vivia em New York City. Ele escreveu-lhe uma carta, apresentando-se e convidando-a corresponder-se com ele. Na semana seguinte ele embarcou num navio para servir na II Guerra Mundial.
        Durante o ano seguinte, mês a mês eles desenvolveram o conhecimento um do outro através de suas cartas. Cada carta era uma semente caindo num coração fértil. Um romance de companheirismo. Blanchard pediu uma fotografia, mas ela recusou... Ela pensava que se, realmente, ele se importasse com ela, sua aparência não importaria... Quando finalmente chegou o dia em que ele retornou da Europa, eles marcaram seu primeiro encontro - 7:00 da noite na Grand Central Station em New York.
       "Você me reconhecerá", ela escreveu, "pela rosa vermelha que estarei usando na lapela". 
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Como você terminaria essa história? Faça isso no espaço dos comentários.
Na próxima semana conhecerá a conclusão do autor
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Na imaginação da Amora.Doce, o primeiro encontro foi um desencontro:
A moça que marcou o encontro era uma professorinha idealista e , justamente na hora da saída da aula, teve um problema a resolver com um de seus alunos.Por nada, deixaria de dar atenção a ele, mesmo que olhasse o relógio a todo momento. Enquanto ela cumpria sua função social na Escola, na Grand Central Station o soldado aguardava...
Em outro bairro de New York, a Márcia da novela espalhava flores pelo cabelo e vestuário para encontrar-se com Gentil...E foi assim que ela surgiu na Grand Central Station, deixando Blanchard horrorizado com a breguice." Oh! God! Tô fora! " O americano, embora acostumado às excentricidades, nem podia acreditar no que estava vendo e sumiu por uma porta lateral. Trinta minutos depois, a linda professorinha loira entrou suspirando, para conhecer o amor de sua vida. Mas, só viu lá no fundo um casal assanhado e ouviu também os gritinhos da Márcia: uih!uih!uih! 
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Um final feliz criado pela Pandorah:
E lá estava Blanchard , adiantado 15 min, na centenária Station, a espera da mais linda flor de lapela! Olhava minuto a minuto, ora para o relógio Tifanny, ora para o de 4 faces, sem tirar os olhos da multidão que circulava pelo enorme saguão!! Estaria ela entres aqueles moradores apressados esbarrado em turistas distraídos ou sentada no Li-Lac tomando um chocolate ? Resolveu dar uma relaxada e foi para o Campbell Terrace, tomar um drinque cheio de estilo! Agora mais calmo e no minuto exato marcado, voltou o olhar para a charmosa Station.
Seu coração disparou quando viu, caminhando em sua direção, uma linda mulher com uma flor vermelha na lapela. É ela, sta. Hollis Maynell!
Feliz a cumprimentou e ambos foram para o Oyster , deliciaram-se.... com as ostras Rochkfeller e crab cake com molho vermelho, levemente picante!
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Como o autor, Carlos Drummond de Andrade, concluiu o texto:
Então, às 7:00 ele estava na estação procurando por uma garota cujo coração ele amava, mas cuja face ele nunca havia visto. Vou deixar o Sr. Blanchard dizer-lhe o que conteceu:
"Uma jovem aproximou-se de mim. Sua figura era alta e magra. Seus cabelos loiros caíam delicadamente sobre os seus ombros; seus olhos eram verdes como água. Sua boca era pequena; seus lábios carnudos e seu queixo tinha uma firmeza delicada. Seu traje verde pálido era como se a primavera tivesse chegado. Eu me dirigi à ela, inteiramente esquecido de perceber que a mesma não estava usando uma rosa. Como eu me movi em sua direção, um pequeno provocativo sorriso, curvou seus lábios.
"Indo para o mesmo lugar que eu marinheiro?", ela murmurou.
Quase incontrolavelmente dei um passo para junto dela, e então eu vi Hollis Maynell. Ela estava parada quase que exatamente atrás da garota. Uma mulher já passada dos 50 anos, ela tinha seus cabelos grisalhos enrolados num coque sobre um chapéu gasto. Ela era mais que gorducha, seus pés compactos confinavam em sapatos de saltos baixos.
A garota de verde seguiu seu caminho rapidamente. Eu me senti como se tivesse sido dividido em dois, tão forte era meu desejo de segui-la e tão profundo era o desejo por aquela mulher cujo espírito, verdadeiramente, me acompanhara e me sustentara através de todos as minhas atribulações. E então ela parou! Sua face pálida e gorducha era delicada e sensível, seus olhos cinzas tinham um calor e simpatia cintilantes. Eu não hesitei...
Meus dedos seguraram a pequena e gasta capa de couro azul do livro que a identificou para mim. Isto podia não ser amor, mas poderia ser algo precioso. Talvez mais que amor, uma amizade pela qual eu seria para sempre cheio de gratidão.
Eu inclinei meus ombros, cumprimentei-a mostrando o livro para ela, ainda pensando, enquanto falava, na amargura do meu desapontamento."
"Sou o Tenente John Blanchard, e você deve ser a Srta. Maynell. Estou muito feliz que tenha podido me encontrar. Posso lhe oferecer um jantar?" perguntou o cavalheiro.
O rosto da mulher abriu-se num tolerante sorriso:
"Eu não sei o que está acontecendo", ela respondeu, "aquela jovem de vestido verde que acabou de passar me pediu para colocar esta rosa no casaco. Ainda me disse que, se você me convidasse para jantar, eu deveria lhe dizer que ela estaria esperando por você no restaurante de esquina. Me disse que isso era um tipo de TESTE! 

 Não parece difícil, para mim, compreender e admirar a sabedoria da Srta. Maynell. A verdadeira natureza do coração de uma pessoa é vista na maneira como ela responde ao que não é atraente!  

" Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho ímpar"    
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Sobre Carlos Drummond de Andrade:


Este consagrado poeta brasileiro nasceu em Itabira, Minas Gerais no ano de 1902. Tornou-se, pelo conjunto de sua obra, um dos principais representantes da literatura brasileira do século XX.
Dentre suas obras poéticas mais importantes destacam-se: Brejo das Almas, Sentimento do Mundo, José, Lição de Coisas, Viola de Bolso, Claro Enigma, Fazendeiro do Ar, A Vida Passada a Limpo e Novos Poemas. 
Talentoso também na prosa, tem sua obra em prosa reunida nos seguintes volumes: Confissões de Minas, Contos de Aprendiz, Passeios na Ilha e Fala Amendoeira.
Na década de 1980 lançou as seguintes obras: A Paixão Medida, que contém 28 poemas inéditos; Caso do Vestido (1983); Corpo (1984); Amar se aprende amando (1985) e Poesia Errante (1988).
Faleceu em 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua filha única.
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                                                                       por Adele


7 comentários:

  1. Naquele tempo, era comum as pessoas conhecerem-se por carta e marcar encontros por carta...Hoje, fazem a mesma coisa só que pela Internet...mudou o instrumento, mas o amor continua o mesmo,rsrsr. Já vi em seriados e novelas de hoje, encontros marcados entre pessoas desconhecidas, tendo como pista a cor do vestido ou uma flor no cabelo, o que dá margens a terríveis enganos. Qual será o engano de nossa crônica? Qual final o autor bolou???Estou pensando...

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    1. Amora, experimente nos contar como você imagina esse "engano".

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  2. Bem eu acho que foi o seguinte:
    A moça que marcou o encontro era uma professorinha idealista e , justamente na hora da saída da aula, teve um problema a resolver com um de seus alunos.Por nada, deixaria de dar atenção a ele, mesmo que olhasse o relógio a todo momento. Enquanto ela cumpria sua função social na Escola, na Grand Central Station o soldado aguardava...Em outro bairro de New York, a Márcia da novela espalhava flores pelo cabelo e vestuário para encontrar-se com Gentil...E foi assim que ela surgiu na Grand Central Station, deixando Blanchard horrorizado com a breguice." Oh! God! Tô fora! " O americano, embora acostumado às excentricidades, nem podia acreditar no que estava vendo e sumiu por uma porta lateral. Trinta minutos depois, a linda professorinha loira entrou suspirando, para conhecer o amor de sua vida. Mas, só viu lá no fundo um casal assanhado e ouviu também os gritinhos da Márcia: uih!uih!uih!

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    1. Ah....ah....ah.....Amora, o final de sua história foi um desencontro divertido. Coitadinhos da professorinha e do soldado. Bem que poderiam ter sido felizes para sempre.

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  3. E lá estava Blanchard , adiantado 15 min, na centenária Station, a espera da mais linda flor de lapela! Olhava minuto a minuto, ora para o relógio Tifanny, ora para o de 4 faces, sem tirar os olhos da multidão que circulava pelo enorme saguão!! Estaria ela entres aqueles moradores apressados esbarrado em turistas distraídos ou sentada no Li-Lac tomando um chocolate ? Resolveu dar uma relaxada e foi para o Campbell Terrace, tomar um drinque cheio de estilo! Agora mais calmo e no minuto exato marcado, voltou o olhar para a charmosa Station.
    Seu coração disparou quando viu, caminhando em sua direção, uma linda mulher com uma flor vermelha na lapela. É ela, sta. Hollis Maynell!
    Feliz a cumprimentou e ambos foram para o Oyster , deliciaram-se.... com as ostras Rochkfeller e crab cake com molho vermelho, levemente picante!

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  4. Desta vez, o autor me surpreendeu...Por essa não esperava! Final até com uma liçãozinha de moral...Como se diz em gíria: " desta vez, me pegaram,kkkkkk"

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