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Negócio de Ocasião

Fernando Sabino
Quando mandou colocar mármore no chão de seu apartamento, o vizinho de baixo veio reclamar: às oito horas da manhã os operários começavam a quebrar mármore mesmo em cima de sua cabeça. Durma-se com um barulho desses! 
 - Está bem, está bem- concordou ele, acalmando o vizinho:- Vou mandar começar mais tarde.
 Mandou que os operários só começassem a trabalhar a partir das nove horas. Dois dias depois tornava o vizinho:
 - Assim não é possível. Já reclamei, o senhor prometeu, e o barulho continua!
 - Mas é só por uns dias- argumentou ele:- O senhor vai ter paciência...
 E mandou que os trabalhos só se iniciassem a partir de dez horas. Com isso pensava haver contentado o vizinho. Para surpresa sua, todavia, o homem voltou ainda para protestar e desta vez furibundo, armado de revólver:
 - Ou o senhor para com esse barulho ou eu faço um estrago louco.
 Fonte: Para gostar de ler. Vol. 3. SP: Ed. Ática, 1978.
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Dê asas à imaginação e conclua a história utilizando o espaço reservado para os comentários.
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Super criativo o final que o L.W.Oliveira escreveu:
Então, com o c* na mão, disse ao vizinho de baixo que iria resolver o problema. Pedi aos operários que começassem apenas às 13 horas.
No dia seguinte, veio novamente o vizinho debaixo, desta vez armado de granada e com metralhadora a tira colo.
- Ou para com este barulho, ou teremos uma tragédia por aqui.
Tomou então uma medida radical e contratou o vizinho como seu ajudante. Assim sanou-se o problema, já que o vizinho, agora trabalhando e sem dormir o dia todo, estava ocupado na firma e não mais se enervava com o trabalho dos operários, que puderam, enfim, concluir a obra.
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E a Amora.Doce resolveu o impasse. Vejam como ela finalizou a história:
"_Calma, amigo! Eu acho que tenho a solução para nós dois, sente-se aqui, vamos conversar!"

_"Não quero conversa, quero atitude", rugiu ele.

- "Sim, sim, é que acabo de ter uma ideia, que vai favorecer a mim e a você...Eu tinha marcado uma viagem de uma semana, nesta semana, para uma surpresa a minha mulher.Em uma pousada linda de Búzios. Ela não sabia de nada e começou a reforma da casa. Não podemos sair agora....com os pedreiros aqui. Que tal você e sua mulher aproveitarem nossas passagens aéreas e a pousada,?Tudo já está pago. Assim, quando voltarem aqui, a reforma já estará pronta."

O homem já havia abaixado o revólver e nos seus olhos de malandro havia um novo brilho pelo ótimo negócio proposto. Mas coçou o queixo:

-"Bem...se é assim...só que eu preciso ainda conversar com minha mulher..."
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Fernando Sabino assim concluiu a história:
Olhou espantado para a arma e, cordato, convidou-o a entrar:
 - Não precisa se exaltar, que diabo. Vamos resolver a coisa como gente civilizada. Eu disse que era só por uns dias... Se o senhor quiser que eu pare, eu paro. Cuidado com esse negócio, costuma disparar. Qual é o calibre?
 - Trinta e dois.
 - Prefiro trinta e oito. Mas esse parece ser muito bom... Que marca?
 - Smith-Wesson. - Ah! Então deve ser muito bom. Cabo de madrepérola.. . Quanto o senhor pagou por ele?
 - Cinquenta.
- Não foi caro. Sempre tive vontade de ter um revólver desses. Quem sabe o senhor me venderia? 
- Não vim aqui para vender revólver- explodiu o outro - mas para lhe avisar que esse barulho... - Não haverá mais barulho, esteja tranquilo. Agora, quanto ao revólver... Quer vender?
 - O senhor está brincando...
 - Não estou não: pela vida de minha mãezinha. Quer saber de uma coisa? Dou cem por ele. Sempre tive vontade. . . Vamos, aceite! Cem, ali na bucha, pago na hora. 
O homem começou a titubear. Olhou o revólver, pensativo: cem era um bom preço. Já pensara mesmo em vendê-lo... Olhou o dono da casa, tornou a olhar o revólver:
- Toma: é seu- decidiu-se.
 Antes de entrar na posse da arma, o comprador foi lá dentro buscar o dinheiro e estendeu-o ao vizinho. Depois empunhou o revólver e chegou-lhe aos peitos:
 - Bem, agora ponha-se daqui para fora. E fique sabendo que eu faço o barulho que quiser e quando quiser, entendeu? Venha aqui outra vez reclamar e vai ver quem é que acaba fazendo um estrago louco. 
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Fernando Sabino:
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    Por Adele

4 comentários:

  1. Então, com o c* na mão, disse ao vizinho de baixo que iria resolver o problema. Pedi aos operários que começassem apenas às 13 horas.
    No dia seguinte, veio novamente o vizinho debaixo, desta vez armado de granada e com metralhadora a tira colo.
    - Ou para com este barulho, ou teremos uma tragédia por aqui.
    Tomou então uma medida radical e contratou o vizinho como seu ajudante. Assim sanou-se o problema, já que o vizinho, agora trabalhando e sem dormir o dia todo, estava ocupado na firma e não mais se enervava com o trabalho dos operários, que puderam, enfim, concluir a obra,

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    1. Gostei muito do final que você criou, Lucas. Demonstrou grande criatividade e poder de conciliação. Agradeço-lhe pela participação.

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  2. "_Calma, amigo! Eu acho que tenho a solução para nós dois, sente-se aqui, vamos conversar!"
    _"Não quero conversa, quero atitude", rugiu ele.
    - "Sim, sim, é que acabo de ter uma ideia, que vai favorecer a mim e a você...Eu tinha marcado uma viagem de uma semana, nesta semana, para uma surpresa a minha mulher.Em uma pousada linda de Búzios. Ela não sabia de nada e começou a reforma da casa. Não podemos sair agora....com os pedreiros aqui. Que tal você e sua mulher aproveitarem nossas passagens aéreas e a pousada,?Tudo já está pago. Assim, quando voltarem aqui, a reforma já estará pronta."
    O homem já havia abaixado o revólver e nos seus olhos de malandro havia um novo brilho pelo ótimo negócio proposto. Mas coçou o queixo:
    -"Bem...se é assim...só que eu preciso ainda conversar com minha mulher..."

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    1. Vou querer uma reforma barulhenta na minha casa. Quem sabe um vizinho resolva a questão do barulho desse mesmo jeito. Amora. Rsrsrsrs...

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